segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Eu continuo sem votar II

O senador Jarbas Vasconcelos, através da sensacionalista revista veja, deu uma entrevista bombástica. Ele diz que seu partido, o PMDB sobrevive à base de corrupção e que grande parte dos quadros do partido vive de favores e favorecimentos. Isso indigna uma minoria, a maioria que vota sem conhecer a história dos candidatos não deu a mínima para o fato. Nosso querido presidente lança um plano de obras e coloca o coloca nas mãos de uma única ministra a administração de tal plano. A ministra “coincidentemente” é ventilada como candidata a sucessão presidencial em 2010. Enquanto inaugura velhas obras como se fossem novas, a ministra aparece mais na mídia. A ministra já fez plástica e tenta parecer mais democrática. Os marqueteiros estão trabalhando a todo vapor. Todos se que se preocupam com o país se revolta com o fato, exceto aquela turminha que continua sem se indignar e sem se preocupar. Uma coisa me faria feliz, o fim do voto obrigatório, vota que quer. Eu quero ver esses políticos fazendo campanha para pessoas interessadas, para pessoas politizadas, para pessoas que irão cobrar mais tarde o que se prometeu. Pessoas interessadas se lembram em quem votou, estudam a história do candidato, sabem da importância do que estão fazendo. A reforma política tem em seu bojo o voto facultativo, a reforma política se arrasta a anos sem que se respeite o que é melhor para o país. Simplesmente não dá pra continuar, não dá pra votar.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

EU CONTINUO SEM VOTAR I

Numa leitura rápida dos dois primeiros posts, pode-se imaginar que eu gostaria de viver e exijo da sociedade uma postura perfeita como condição “sine qua nom” do meu voto. Sou um cidadão que se ilude com os novos marketins e tenta, na medida de suas limitações, ser menos imediatista e mais racional. Agora, acredito que devido ao imediatismo da sociedade, criamos uma coletividade de narcisos e de pessoas pouco preocupadas com o outro. Para que caminhar dois ou três quarteirões com um papel de bala quando eu posso deixá-lo bem aqui no chão. Para que entender as necessidades da cidade/estado/país se eu posso reivindicar um emprego/um transporte/uma situação melhor para mim. O candidato simplesmente dá aquilo que o eleitor reivindica. Ele é uma aberração criada pelo próprio eleitor. O caso do deputado federal e/ou senador. Ele é eleito para legislar, criar leis que melhorei e que dêem melhor qualidade de vida a população. Se ele ficar em seu gabinete, elaborando leis e desempenhando seu papel de forma correta ele sai da mídia, seus pares, que com certeza retornam as bases com freqüência, ocasionando suas inúmeras faltas às seções, sabem as novas reivindicações de seus eleitores e se estruturam para o novo pleito de forma mais robusta. Existem nas duas casas (senado e câmara) leis que realmente melhorariam a vida da nação. O que as impede de se tornarem realidade? O clamor popular, ou seja, uma lei sobre o código penal só sai da gaveta depois de uma perda de vida de forma brutal. Uma reestruturação do sistema educacional só vem depois da constatação que a progressão continuada está criando uma legião de analfabetos funcionais e que a falta do conhecimento formal está prejudicando a formação da mão-de-obra disponível no mercado. Não se antecipa nada, não se preestabelece soluções de problemas futuros, não se age de forma preventiva. Prefere-se viver o momento, o imediato. Os prazeres imediatos são muito bons e amenizam os dia-a-dia. Procura-los o tempo todo é fuga, é simplificar a vida em demasia. Cansei-me de tentar encontrar um candidato que queira desempenhar seu papel sem se render ao imediatismo eleitoral. Cansei-me de ver uma corrida eleitoral começar após a apuração da última eleição.