sábado, 28 de fevereiro de 2015

Custo 10

É uma bobagem e, no mínimo desinteresse, pensar que o custo de um governo corrupto e desorganizado não recai sobre toda a população. Vivemos o ajuste financeiro no segundo governo da presidenta Dilma Rousseff que deveria ser efetivamente feito a partir do segundo governo do presidente Lula. A economia mundial era só crescimento e o presidente não se preocupava em ajeitar a máquina pública. A reforma administrativa, onde o governo procuraria administrar seus custos com maior eficiência, a reforma política, onde se equacionaria a questão das despesas com políticas e políticos, a reforma previdenciária, onde acertaríamos nossos rumos enquanto trabalhadores para uma máquina administrativa eficiente quando tornar-nos improdutivos, e a reforma tributária que universalizaria os tributos de forma mais equalizada e justa pede passagem desde que Janio Quadros renunciou em 1951. O governo Lula contabilizou os “louros” de uma economia mundial em expansão e quando veio a “marolinha” de 2008 incentivou o endividamento das famílias para manter a economia em movimento. O certo é que deveríamos nos ater nos custos de nossas contas, tanto no nível das famílias, empresas, ou no nível governamental. O descontrole das contas públicas reflete uma administração que privilegia grupos e partidos em detrimento de toda a população. Se vivêssemos isolados do mundo, se não houvesse contato ou comércio com o exterior estava tudo bem. Seriamos explorados ao extremo e não teríamos exemplos de políticas que dão certo. Como somos interligados mundialmente, vemos uma maior qualidade de vida em países onde as despesas governamentais são mais bem administradas, vemos como a maior e melhor distribuição de renda de outros países diminui e ameniza as injustiças sociais e, acima de tudo, como uma população com boa auto estima produz mais e melhor. O enriquecimento ilícito, baseado nas verbas públicas, tira da população o seu direito mínimo, tira da população a chance de viver melhor, tira da população a oportunidade de crescer e se tornar maior. O favorecimento dos grupos e indivíduos que gravitam no em torno do poder deixa a população totalmente desguarnecida e em situação de extrema necessidade. Dentro da economia mundial não existe nada de graça! Todos pagam os custos de tudo! Se há maiores e melhores investimentos de empresas multinacionais no primeiro mundo, há uma conivência e participação efetiva destas mesmas empresas na exploração das populações do terceiro mundo. Quando políticos desonestos desfalcam o caixa do governo, ele o desfalca antes da distribuição das verbas para as despesas operacionais do governo. Logo em seguida far-se-ão necessários ajustes correntes de despesas para se adequar o orçamento aos desfalques da corrupção. Políticas sociais são cortadas, investimentos sociais são abandonados, investimentos estruturais são esquecidos e o funcionalismo público sofre arrocho em seus reajustes. Um povo desunido e individualista finge que não vê e reza para que isso não aconteça com ele. Um povo escolarizado e politizado se une porque sabe que a probabilidade de a situação acontecer com ele é grande, ele sabe que toda a população paga imposto e que sofre as conseqüências de uma administração perdulária e ineficiente. Este texto encontra-se publicado no blog http://trololochacalete.blogspot.com.br/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Individualismo responsável 1

Não sei se é esse o título correto a ser usado, só sei que me preocupo muito quando abordo esse tipo de tema. Vivemos coletivamente e coletivamente deveríamos abordar determinados assuntos. Como somos criados e vivemos de forma individualista, o individualismo deveria agregar os valores da coletividade. Dizendo de outra forma, poderemos ser individualistas, mas seguindo certas regras em prol de melhorias sociais, o que refletira necessariamente em melhorias individuais. O compromisso social passa necessariamente pela observação da água parada, em função da proliferação do Aedis Egipti, por não se jogar lixo nas ruas, em função do entupimento de galerias e esgotos, e pela economia de água e energia elétrica, em função da forte estiagem. Procuramos ser eficientes quando na verdade poderíamos ser eficazes. Se fossemos eficazes poderíamos cobrar dos outros a eficácia. Se cuidarmos dos nossos quintais, poderemos cobrar dos nossos vizinhos que cuidem dos deles, poderemos reivindicar uma atuação mais efetiva dos agentes de saúde, poderemos cobrar uma limpeza pública de melhor qualidade. Falando em limpeza pública, se tomarmos os devidos cuidados com nosso lixo individual e cobrarmos de nossos semelhantes tal atuação, teremos uma menor proliferação de doenças e sujeira na cidade. Quando tratamos de limpeza pública esbarramos em uma distorção social que as autoridades insistem em fingir que não existe... O MORADOR DE RUA! O morador de rua é um ser esquecido pelas autoridades públicas, um ser que não vive, SOBREVIVE, uma pessoa que, por não ter moradia nem emprego, não produz e não é útil na sociedade capitalista. O fato de olharmos por eles e cobrarmos das autoridades uma providência tem um viés profundamente individualista. Se tudo ocorrer tudo bem com eles, eles não sujaram tanto as ruas e a limpeza pública poderá ser melhor. O cuidado com a água e a energia elétrica se faz necessário até mesmo em benefício de nossas finanças. Luz e água fazem parte dos custos fixos de qualquer residência, ou seja, qualquer economia nos custos fixos reflete nos custos variáveis. Dizendo de outra forma, quanto mais economizamos de um lado, podemos gastar em outro. Suponhamos que consigamos economizar R$ 20,00 na energia elétrica e R$ 10,00 no consumo da água. Supondo ainda que em nossas finanças exista um espaço reservado para um investimento mensal de R$ 100,00 em uma aplicação financeira ou no consumo de algo (um jantar em um restaurante melhor, o consumo de cinema ou teatro); de cara estariam agregados R$ 30,00 nestes consumos ou no investimento. Em uma economia eficaz realocar recursos significa desviar a melhoria de recursos de um ponto para outro na economia. Na verdade deveríamos observar a eficácia dos recursos na economia em todos os pontos e em todos os setores. TODOS SÃO INTERLIGADOS! NOSSA VIDA SOCIAL REFLETE NA VIDA SOCIAL DO OUTRO! Se temos o cuidado individual de fazermos a nossa parte e cobrarmos do outro (ou dos mecanismos de repreensão) que faça a sua parte, teremos uma sociedade melhor e mais justa, independente de qual seja a nossa política econômica. Este texto encontra-se publicado no blog http://trololochacalete.blogspot.com.br/.