quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O papel do trabalho na saída da crise 1

Infelizmente, até mesmo por uma questão de sobrevivência, nenhum dos três agentes da economia (trabalhadores, empresários e governo) confia um no outro. Vivemos sempre na expectativa de que um vai prejudicar o outro (o que não deixa de ser uma realidade). É como se ao invés de comportarmos como seres racionais, vivêssemos como predadores. A diferença é que os predadores agem por extinto e nós somos racionais. Quando surgem problemas econômicos os empresários têm como primeiro ponto adequar a oferta à demanda. Dependendo da diminuição da oferta haverá o surgimento de mão de obra ociosa. Pagar salário a empregado ocioso é custo desnecessário. Portanto, surgem as demissões. Infelizmente todos nós vemos nossos colegas serem demitidos sem questionamentos, ou aliviados porque, “antes eles do que eu!” Não somos criados com a iniciativa de analisar que o problema pode ser maior do que os muros da empresa em que trabalhamos. Não vemos o problema que o outro passa como algo que, futuramente, poderia nos afetar. Penso (não afirmo) que poderia ser uma memória de uma época em que não tínhamos a possibilidade de a riqueza que temos hoje em dia. Uma época que precisávamos acumular, acumular e acumular por incerteza do amanhã. Quando digo possibilidade de riqueza, digo que poderíamos estar melhores se a riqueza fosse mais bem distribuída. Porque o primeiro momento é de demissões? Porque não propor uma redução de lucros? Os trabalhadores sabem muito bem que redução de renda significa realocação de recursos para o consumo. Porque os empresários, num primeiro momento não poderiam fazer isso, se vivemos em uma sociedade democrática e que alardeiam direitos e deveres iguais? A vida não se resume a zeros em uma conta bancária, a felicidade e tranquilidade podem estar em lugares em que não vemos por conta da cegueira de se acumular cifrões. O governo por sua vez encontra-se gessado pela legislação e não pode cortar o funcionalismo, pois o mesmo tem estabilidade no emprego. Reduzir direitos da população seria desumano. Porque o governo não corta na própria carne, reduz suas despesas em coisas e cargos que poderiam facilmente ser dispensáveis em favor do coletivo. Os trabalhadores, dentro do capitalismo, são, sem sombra de dúvidas, a parte mais fraca e precisa se unir para se tornar mais forte. O sindicalismo é a saída! Os sindicalistas precisam de nossa união, a nossa união precisa de coesão e objetivos comuns e coletivos. Os sindicalistas não podem ser apenas pessoas que têm expressão forte e boa conversa, eles precisam compreender o funcionamento da empresa/secretaria/ministério/governo em que enfrentam. Precisa ser municiado por informações essenciais sobre tudo. Saber negociar e ter a credibilidade da classe é a chave de tudo. A credibilidade é o carro chefe de tudo, o objetivo comum é a essência. Os trabalhadores abrem mão da reposição salarial, reduzem a carga horária de trabalho para reduzir salários. Está fórmula ortodoxa é repetitiva e chata. Cabem aos trabalhadores cobrar uma maximização de resultados dos empresários e dos governos. Redução salarial e de privilégios em todas as instâncias, uma administração coesa e profissional em todas as instâncias. Os trabalhadores se unirem é o básico, os sindicalistas terem uma visão administrativa do problema, um privilégio. Uma mão de obra escolarizada, politizada, coerente e unida é fundamental para uma sociedade desenvolvida como um todo. O conhecimento reduz as diferenças de renda e “Status quo”, tornando nossas diferenças individuais menores.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Uma paixão chamada música 1

Gosto de pensar a música como uma magia, uma criação humana das mais fantásticas que poderíamos ter feito, sem exagero! A música está diretamente associada a alguma imagem, a algum sentimento, a alguma lembrança, a alguma ideologia, a alguma fé. A música identifica uma nação, identifica um comportamento, um estilo de vida, uma religião. A música pode levantar bandeiras, ser porta voz de alguma ideia, de alguma comunicação. Ela poderá abrir alguma porta, servir de algum tipo de libertação ou simplesmente servir de companhia para um dia solitário. Ela poderá melhorar ou piorar seu dia, ajudar ou atrapalhar em situações ou em relações sociais. Acho que o fato de termos sonorizado os filmes trouxe um que emotivo a mais. Não consigo ver determinadas cenas clássicas de cinema dissociadas de sua trilha sonora. A música abrilhanta a vida! Até para escrever sobre ela eu não consigo dissociá-la da emoção... É MAGIA PURA, NATURAL! Eu acredito que a forma de você encarar o mundo, as situações, define, "a priori", o seu estilo musical predileto. Digo estilo musical predileto porque a passionalidade da sua existência nos permite ouvir determinados estilos em determinados momentos. A demanda por determinado estilo primeiro e necessariamente, passa por nossa formação pessoal, segundo pelo ambiente em que estamos e em terceiro pela relação direta ou indireta que temos com as outras pessoas. Em todos os estilos musicais existem músicas curtas, simples e diretas, que existem apenas para nos divertir, para passar o nosso tempo e/ou servir como trilha sonora (assim como nos filmes) para algum comportamento, alguma atitude, alguma tarefa a ser desempenhada. Também existem músicas mais elaboradas, com frequência maiores, que nos fazem refletir ou nos chamam a atenção pela complexidade das harmonias, arranjos e letras. A música poderá ser nossa porta voz (Tanto individual quanto coletivamente) externando algo que individualmente não expressamos, mas que coletivamente acreditamos. Estilos diferentes marcaram épocas diferentes e ditaram comportamentos distintos. Em todos eles o comportamento e o sentimento estiveram sempre à frente de tudo. Houve, por parte da mídia, uma tentativa de padronização da musica na década de 1980. O mesmo tratamento dado ao comportamento de consumo, dentro do capitalismo, foi dado ao comportamento musical das pessoas. Acho que nesta década é que foi institucionalizada a música de trabalho (Música produzida exclusivamente para vender), foi consolidado o mercado musical. Acho que foi nela que ocorreu a "Revolução industrial" dentro da música. A mídia e o seu poder de penetração estabeleceu comportamentos, regras e atitudes, promoveu revoluções e estabeleceu o novo. É maravilhoso pensar como a associação de sete notas musicais constrói uma infinidade de trabalhos em uma infinidade de estilos. Cada instrumento, com a sua característica específica, suscita uma paixão singular. Podemos amar um estilo e odiar outro. É praticamente impossível não estabelecer uma relação passional com a música! Existem músicas que caracterizam nações, caracterizam gêneros, religiosidades, raças e épocas. Poucas coisas criadas pelo homem têm a dimensão e a amplitude da música. A música fortalece ou reverte sentimentos, ambientam locais importantes e nos induzem a sentimentos (voltando ao exemplo do cinema). As notas musicais se permitem, nas mãos dos músicos, transformarem-se naquilo que os sentimentos expressam. Não há como terminar este artigo de outra forma. A MÚSICA É UMA DAS MAIORES E MELHORES MAGIAS HUMANAS!