domingo, 5 de outubro de 2014

Debate ou embate?

Confesso que assisti ao primeiro e ao segundo debates e para mim foi o suficiente. A Dilma sem um programa definido de governo, o Aécio sem um programa definido de governo e a Marina com o seu programa de governo. Para que serve o programa de governo da Marina, sendo que a maioria dos eleitores (inclusive eu) não procura pesquisá-lo? Serve de munição para os ataques do Aécio e da Dilma! Boas ideias poderiam ser copiadas e apresentadas com outra “roupagem”, aparentando ideias novas. Em um país de pessoas despolitizadas e desinteressadas em eleições, o programa prévio de governo só dá dor de cabeça e encheção de saco. Entra-se em um debate sem programa de governo para que? Para um embate, para agressões, para um “MMA político”. A própria disposição dos condores define o objetivo programa. Na Band, por exemplo, os candidatos se perfilam em um semicírculo e formulam perguntas e elaboram respostas sem se reposicionar. Na Globo as perguntas e respostas eram feitas olho no olho, um de frente ao outro. Esta estrutura é de embate e não de debate. O horário eleitoral foi marcado pela recuperação de pontos percentuais de intenção de voto da candidata Dilma Rousseff (após a morte do candidato Eduardo Campos e a entrada e o crescimento da candidatura da Marina Silva) em cima de críticas e ataques ao programa e a candidatura de Marina Silva. O candidato Aécio Neves, começou a agredir as candidatas Marina Silva e Dilma Rousseff e também cresceu nas pesquisas. A candidata Marina Silva então começou a fazer o jogo dos adversários ate mesmo por uma questão de sobrevivência política. Creio, infelizmente, que independente do resultado deste pleito, a candidata Marina Silva irá pensar várias vezes antes de soltar um programa de governo com antecedência. A falta de programa de governo abre espaço ao fisiologismo, ao oportunismo de certas propostas que vão de encontro a conchavos políticos de ocasião. Você não ter um programa, uma meta, significa que o seu objetivo é indefinido. Significa que você não pode ser cobrado por ideologia, por linha política, por nada que possa colocar você em oposição à nenhuma forma de pensamento. Voltamos à política do vale tudo, do balcão de negócios, dos conchavos e acordos políticos. Mais uma eleição para “ficarmos como dantes no quartel de Abrantes”. LAMENTÁVEL!