quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O problema não é o capitalismo é a ganância 2

O fundamental é que, independente da sua ideologia, você tem que respeitar seus custos, pois é com ele que você garante o seu sustento, o seu desenvolvimento e o investimento necessário para se maximizar a sua qualidade de vida. Isso vale para pessoas físicas, jurídicas e governo. Em uma sociedade essencialmente injusta como a nossa, ter planejamento financeiro é fundamental para se maximizar a sua atuação dentro da sociedade. A busca do conhecimento financeiro pode levá-lo a ter uma atuação diferenciada dentro do capitalismo. Qualquer mercado se fundamenta no equilíbrio entre a oferta e a demanda. Isso é valido para toda e qualquer “mercadoria” que se oferta. O primeiro passo dentro desta oferta é o preço da mercadoria. O preço deve ser compatível com o custo da produção. Neste ponto a ganância começa a atrapalhar o capitalismo. Imagine você produzindo um produto com demanda crescente. Dentro do capitalismo normal o produtor dificultaria sobremaneira a vida da concorrência, estabeleceria uma produção razoável e à medida que a demanda pelo produto aumentasse, o seu preço cresceria exponencialmente, aumentando, com esse movimento, as taxas de lucro do produtor. Em muitos casos, com o passar do tempo, haveria redução na qualidade da matéria prima de produção e redução de salários da mão de obra para que, ortodoxamente falando, se aumente as taxas de lucros. São muitos os subterfúgios dos capitalistas para se perpetuar o capitalismo selvagem. Esses subterfúgios atingem a sociedade como um todo. Esse escopo de ações vão, desde achatamento salarial e aumento da jornada de trabalho à sonegação de impostos e pagamentos de propinas à políticos corruptos. O desempenho ganancioso dos agentes econômicos trazem o capitalismo ao centro da ira popular e ocasionam grandes perda à sociedade no longo prazo. O achatamento salarial leva à redução da demanda de consumo, que leva ao aumento dos estoques, à redução de preços e a redução da oferta. A redução da oferta leva à redução da arrecadação dos impostos sobre o consumo. O seu ganho será individual e egoísta. Agora se você tem um controle rígido de suas finanças e procura ter uma vida financeira que lhe garanta tranqüilidade e existência de acordo com o padrão de vida que você gostaria, você simplesmente deixa de ser um “colecionador de zeros” em suas contas e aplicações. Se você procura ter uma visão social e sabe da importância da sua inserção dentro da sociedade você trata a concorrência de forma diferenciada e supre a demanda pelos produtos de forma a propor uma melhor qualidade de vida para você, a concorrência e seus clientes. Em um mercado participativo todos ganham e todos têm qualidade de vida. Em um mercado agressivo todos perdem pois, se analisarmos, “A longo prazo todos estaremos mortos” (In the long run we are all dead). John Maynard Keynes

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

O problema não é o capitalismo é a ganância 1

Não podemos perder o foco no ser humano, independente de sermos trabalhadores, empresários ou governantes, somos seres humanos. Partindo-se desta premissa pressupõe-se que precisamos ter um comportamento humanizado, independente de qual grupo você faça parte ou a qual política econômica vocês esteja sujeito. Se você tiver um comportamento mais humanizado você contribui para a humanização do capitalismo. A racionalização comportamental deve se direcionar necessariamente para a coletividade. Condenar um sistema político é mais fácil e mais cômodo que racionalizá-lo. Desde os primórdios humanos a ganância humana norteia seus atos e seu comportamento. O desempenho das pessoas têm mais haver com suas particularidades/personalidades do que propriamente com o coletivo que as cerca. Algumas das idéias humanas se desenvolvem de forma racional mas correm concomitantemente aos sentimentos de seus desenvolvedores. A ganância humana têm mais haver com a competição individual do que qualquer outro sentimento que norteie os fatos. Em alguns momentos históricos o desenvolvimento humano teve a competição pessoal entre seus personagens como elemento principal de desenvolvimento. Em outros a corrida armamentista foi o esteio de muitas tecnologias que, voltadas para a destruição, acabaram beneficiando a sociedade como um todo. Os investidores são elementos que, percebendo o movimento crescente de competição entre as personalidades em destaque na época supra citada, procuram maximizar seus ganhos financeiros investindo em um “nicho” que se destaque no memento. A competição e a ganância nos separam e nos isolam, a estratificação social termina o serviço. Desde os primórdios da história do homem o fato de uns se sentirem melhores que outros ocasionou desavenças, conflitos e problemas sociais. A competição dentro do capitalismo é inerente à sua criação e o seu acumulo de riqueza esta previsto em sua gênese. A destinação para o emprego desse acumulo é que faz do capitalismo algo ruim. Se a maior parte desse acumulo fosse distribuída dentro do sistema produtivo, fomentando a demanda agregada, democratizando o consumo e a qualidade de vida, teríamos melhores e maiores distribuições de renda e menores custos para o estado (premissa neo liberal). Pensemos em termos de novas tecnologias. O normal é que as novas tecnologias tragam em seu bojo maior produtividade, menor custo, menor uso de mão de obra, maiores lucros e desemprego. Os malefícios do capitalismo estão na destinação destes maiores lucros. O normal é que este destino seja as já abastadas contas bancárias da elite da sociedade maximizando-as, fortalecendo a estrutura elitizada da sociedade capitalista. Em um sistema tributário mais equânime, dentro de um governo que com um sistema de proteção social que garanta um mínimo de renda aos menos favorecidos. O problema não é o capitalismo, é a ganância!

sábado, 9 de novembro de 2019

Pelo profissionalismo na política! 1

Ninguém consegue conceber um engenheiro civil sem o conhecimento de calculo estrutural, um cirurgião sem um vasto tempo de residência médica, um piloto sem centenas de horas de voo. Porque admitimos ver um legislador sem um profundo conhecimento sobre legislação? Porque admitimos administradores sem conhecimento de administração pública? À medida que se aumenta a dimensão do que se fala mais se exige uma melhor formalização, uma maior formatação de processos e maior deve ser o nível de informação e especificação. Por analogia pensemos na evolução de alguém que sabe cozinhar bem. Enquanto essa pessoa cozinha para si mesma, ela pode fazer suas receitas do jeito que melhor lhe convier, certo? Certo! Suponhamos que a família goste de sua culinária e peça a essa pessoa que cozinhe para o resto da família. Essa pessoa vai passar a cozinhar para uma dezena de pessoas e a especificidade aumenta. Cuidados com a higiene e a manutenção da qualidade tornar-se-ão fundamentais para que o produto se mantenha com a qualidade que o tornou conhecido. Com o passar do tempo ele constituirá uma empresa e passará a atender aos vizinhos dos parentes, aos parentes de outros municípios, aos vizinhos dos parentes de outros municípios até cair na web. Há meu amigo, caiu na web, à coisa torna-se imensa. O tempo torna-se curto, as demandas e a expectativas aumentam consideravelmente. Você terá que contratar funcionários, pagar impostos, atender às legislações trabalhista, sanitária, tributária, conviver com críticas, conhecer e enfrentar a concorrência e ter conhecimento técnico para tudo isso. Esse foi um exemplo simples de que para qualquer atividade que envolva cada vez mais pessoas. O conhecimento técnico se faz “Mister”! Imagine você legislando para uma cidade inteira, um estado inteiro, um país inteiro? Imagine você governando uma cidade inteira, um estado inteiro, um país inteiro? Não se pode delegar tudo isso nas mãos de uma pessoa só porque essa pessoa tem carisma e personalidade forte. Eu defendo que o administrador público tenha no mínimo um curso superior em administração pública, que o legislador público tenha pelo menos um curso de legislador público. No exemplo acima e no caso dos legisladores e administradores poderia haver a contratação de pessoas que suprissem essa carência sem a necessidade de fazer cursos. Pode até ser, mas a dependência de terceiros pode levar a caminhos que, ou o administrador/legislador não gostariam ou o especialista acataria ordens do administrador/legislador, que normalmente toma decisões ao sabor de emoções, sem a tecnicidade necessária para o momento. Legisladores personalistas/paternalistas tendem ao caminho seguro da cópia de modelos que deram certo em outros tempos, porém a descontextualização de ações podem levar a erros crassos e irreversíveis, isso sem falar em decisões passionais muito comuns a este tipo de legislador/administrador. A política, assim como qualquer outra atividade profissional, não é um jogo jogado por amadores, ou pelo menos não deveria ser.