sábado, 9 de novembro de 2019

Pelo profissionalismo na política! 1

Ninguém consegue conceber um engenheiro civil sem o conhecimento de calculo estrutural, um cirurgião sem um vasto tempo de residência médica, um piloto sem centenas de horas de voo. Porque admitimos ver um legislador sem um profundo conhecimento sobre legislação? Porque admitimos administradores sem conhecimento de administração pública? À medida que se aumenta a dimensão do que se fala mais se exige uma melhor formalização, uma maior formatação de processos e maior deve ser o nível de informação e especificação. Por analogia pensemos na evolução de alguém que sabe cozinhar bem. Enquanto essa pessoa cozinha para si mesma, ela pode fazer suas receitas do jeito que melhor lhe convier, certo? Certo! Suponhamos que a família goste de sua culinária e peça a essa pessoa que cozinhe para o resto da família. Essa pessoa vai passar a cozinhar para uma dezena de pessoas e a especificidade aumenta. Cuidados com a higiene e a manutenção da qualidade tornar-se-ão fundamentais para que o produto se mantenha com a qualidade que o tornou conhecido. Com o passar do tempo ele constituirá uma empresa e passará a atender aos vizinhos dos parentes, aos parentes de outros municípios, aos vizinhos dos parentes de outros municípios até cair na web. Há meu amigo, caiu na web, à coisa torna-se imensa. O tempo torna-se curto, as demandas e a expectativas aumentam consideravelmente. Você terá que contratar funcionários, pagar impostos, atender às legislações trabalhista, sanitária, tributária, conviver com críticas, conhecer e enfrentar a concorrência e ter conhecimento técnico para tudo isso. Esse foi um exemplo simples de que para qualquer atividade que envolva cada vez mais pessoas. O conhecimento técnico se faz “Mister”! Imagine você legislando para uma cidade inteira, um estado inteiro, um país inteiro? Imagine você governando uma cidade inteira, um estado inteiro, um país inteiro? Não se pode delegar tudo isso nas mãos de uma pessoa só porque essa pessoa tem carisma e personalidade forte. Eu defendo que o administrador público tenha no mínimo um curso superior em administração pública, que o legislador público tenha pelo menos um curso de legislador público. No exemplo acima e no caso dos legisladores e administradores poderia haver a contratação de pessoas que suprissem essa carência sem a necessidade de fazer cursos. Pode até ser, mas a dependência de terceiros pode levar a caminhos que, ou o administrador/legislador não gostariam ou o especialista acataria ordens do administrador/legislador, que normalmente toma decisões ao sabor de emoções, sem a tecnicidade necessária para o momento. Legisladores personalistas/paternalistas tendem ao caminho seguro da cópia de modelos que deram certo em outros tempos, porém a descontextualização de ações podem levar a erros crassos e irreversíveis, isso sem falar em decisões passionais muito comuns a este tipo de legislador/administrador. A política, assim como qualquer outra atividade profissional, não é um jogo jogado por amadores, ou pelo menos não deveria ser.

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