domingo, 14 de fevereiro de 2021

O seu legado e as consequências dele 1

Somos responsáveis por aquilo que deixaremos para as próximas gerações, isso é fato! Então fica a pergunta, qual será o legado que deixaremos para o mundo? Somos mais exemplos que discursos. A maioria de nós deixará mais a observação daquilo que fizemos. Nossas palavras, se não registradas se perderão com o tempo, a não ser que sejam propagadas por pessoas próximas a nós. Nossa formação na primeira infância é fundamental para basear tudo aquilo que somos e seremos. Quando nascemos temos nossas heranças biológica e social como base que molda o nosso ego. Nascemos 100% sentimentos e à medida que crescemos e desenvolvemos nosso cérebro nossos sentimentos passam dividir a soberania de nossas vidas com o raciocínio. Somos educados para interagir socialmente. Nossa interação social depende fundamentalmente das instruções que recebemos na infância. As instruções que recebemos dependem das instruções que nossos pais receberam em suas infâncias. Eu intuo que o “dejavu” nada mais é que o fato de encontrarmos com pessoas que reproduzem “ipsis litteris” tudo aquilo que foi instruído a elas na infância, uma eterna repetição de tudo que aconteceu na sua infância. Se falarmos de pessoas dogmáticas, conservadoras, que acham que seu mundo e sua vida são a referencia de mundo, falamos de pessoas impositivas e autoritárias. Cometemos o erro de acharmos que pessoas impositivas e autoritárias são somente as pessoas agressivas e violentas. Pessoas doces e educadas podem ser tão ou mais autoritárias que as agressivas. A sua arma de persuasão é o sentimento. Piedade, dor, e remorso são suas armas prediletas. A chantagem passa a ser uma constante. Quando criança, temos sempre a necessidade de sermos aceitos, queridos, notados. A inter-relação com as outras pessoas externa a nossa má formação infantil. Se não tivermos uma infância bem cuidada, com liberdade de desenvolvimento, tenderemos sempre a reproduzir “ad eternum” uma infância mal resolvida. Essa infância mal resolvida é repassada para a próxima geração através de nossos filhos. Exatamente esse legado a que o título deste artigo se refere. Se reverberarmos conceitos que recebemos de nossos pais, sem respeitar a individualidade de nossos filhos acabamos podando suas expectativas e seus potenciais. Quantos grandes profissionais deixaram de aflorar de filhos de pais frustrados? Quanta infelicidade brota na vida de pessoas que foram massacradas em suas infâncias por pais frustrados por também infâncias frustradas? Se deixarmos de desenvolver nosso cérebro, nossa interação social, deixaremos apenas sentimentos para as novas gerações. O medo infundado de sermos ignorados ou esquecidos pode ser uma arma mortal para as novas gerações. Esse medo pode se fundamentar em nossa falta de autoestima e na sensação de que, se não somos nada nem ninguém, o tempo fará com que sejamos esquecidos. Isso leva a repressão ao crescimento das novas gerações para que as mesmas permaneçam dependentes e carentes de nós.