domingo, 26 de dezembro de 2021

Democracia, mercado interno e empatia 1

Talvez você não tenha parado para localizar a conexão, mas os três estão intimamente ligados. A naturalidade com que encaramos uma sociedade dividida em classes já nos remete a não enxergar a democracia em sua totalidade. A hierarquia familiar, empresarial e governamental, aliada a imaturidade de quem exerce os cargos hierárquicos apenas corrobora para que a democracia seja incompleta. Os detentores do poder trabalham firme e de forma incansável para que a estrutura de poder que os mantem permaneça intacta. O problema é que o mercado interno contempla não apenas as classes dominantes, mas a totalidade da sociedade. Diante deste quadro muito mais amplo e complexo necessitamos fundamentalmente que as demais classes tenham empatia e visão social mais ampla e solidaria. É preciso que o desenvolvimento de um mercado interno se dê em função da democracia e da empatia pois do contrario corremos o risco de centralizarmos eternamente as riquezas. Ao contrario do que se preconiza, o capitalismo não é um mal em si, a forma com a qual ele é conduzido é que faz dele bom ou ruim. Pense em uma sociedade onde o mercado externo, é a prioridade. Assim como as famílias se relacionam umas com as outras, as nações se relacionam umas com as outras, ou seja, se assim como uma família é voltada aos seus próprios interesses, uma nação pode privilegiar uma casta de exportadores. Em ambos os casos prevalece o primitivo de se pensar apenas em si. Adam Smith afirmou que cada nação deveria focar naquilo que melhor produz, trazendo ganhos significativos de escala. Pensando unicamente pelo mercado ele estava absolutamente correto, mas, se pensarmos em termos de mercado interno tenderemos ao acumulo de riquezas nas mãos do setor exportador. O mercado interno é múltiplo e contempla interesses muito mais complexos que isso. O que faz uma nação democrática é a forma igualitária com que a renda é distribuída. Cabe ao governo a promoção da igualdade da população. Um governo que tem como meta a liberdade, a igualdade e a fraternidade, base da Revolução francesa, tem necessariamente que evitar a concentração de riqueza e poder. A manutenção e a procriação de uma hierarquia social é contraproducente e apenas perpetua/aumenta as desigualdades econômico sociais. O acumulo de riqueza e renda deve ser acompanhado de uma consciência social maior. Qual o sentido de se acumular mais e mais riqueza. É sabido que a riqueza que vem fácil, vai fácil. Aquela história de pai trabalhador e filho farrista e pobre é real e verdadeira. A felicidade e a produtividade dentro do capitalismo estão diretamente ligadas a satisfação pessoal. Não, não é romantismo, é realidade! Eu estou afirmando com todas as letras possíveis e imagináveis que está no cerne das famílias a solução do capitalismo. Pesado né, mas faz todo o sentido do mundo! As famílias interagem entre sim, formando os movimentos sociais e demandando tanto a oferta de produtos e serviços quanto de politicas sociais. A visão que as famílias tem da formação da riqueza da sociedade passa necessariamente na forma com que as famílias se estruturam e são inseridas na produção destas mesmas riquezas.