quinta-feira, 2 de julho de 2020

A ganância e a administração pública 1

O foco da administração pública deveria ser necessariamente o bem estar público. Se tivermos homens públicos com espírito público teremos governos voltados para a maximização do desenvolvimento social. Este foco é mais do que suficiente para que a democracia, as informações e currículo do administrador estejam voltados para o social. Porém, se a ganância e o sentido predador do administrador forem latentes, as consequências sociais poderão ser nefastas. O político que transforma um pleito político em um pleito de confrontos e ataques pessoais normalmente o faz em função do despreparo administrativo/legislativo e da falta de propostas políticas. Um candidato a governante deve, previamente, se estruturar em uma equipe de técnicos extremamente qualificados. O fundamental é que quanto mais a função de quem o assessora estiver ligada ao financeiro, menos gananciosa a pessoa deve ser. O fundamental é que esse candidato tenha um foco, e esse foco seja o bem estar social. Dentro deste foco devem-se priorizar as ações em função de um melhor desenvolvimento socioeconômico de longo prazo. O político ganancioso vê as eleições como campeonatos ou torneios como queira. O seu interesse é ter inimigos e não adversários políticos. O seu objetivo é alcançar um cargo público e manter-se nele enquanto puder. O seu foco é a riqueza pessoal. A pluralidade de ideias o incomoda e o dogmatismo político sempre será a sua bandeira principal. Normalmente são pessoas autoritárias surgidas de lares paternalistas e não admitem discordâncias. Como a sua candidatura é pessoal, a sua campanha também é pessoal. Nesta estratégia a agressão é a sua bandeira política. Normalmente uma pessoa com esse perfil tenta esconder seus defeitos pessoais e procura nos adversários pontos vulneráveis de ataque, uma verdadeira guerra. Enquanto o eleitor se perde em analises do comportamento dos candidatos as propostas sociais são esquecidas. Para o candidato a vitória em uma eleição é um objetivo que deve ser alcançado a qualquer preço. Se a classe política é composta em sua maioria por políticos com este perfil, então teremos um assalto permanente aos cofres públicos. Teremos administradores e legisladores concorrendo entre si para ver quem acumula mais riqueza, quem ostenta mais. O foco da administração perdulária será desviado pelo viés idológico. Um modelo preestabelecido de felicidade que o eleitor é doutrinado a defender. Uma gama imensa de candidatos e um específico a quem agredir é o seu ambiente ideal. Ele não precisa de eleitores bem informados, conscientes e engajados. Ele precisa de eleitores narcisos, preocupados com si próprios e suas famílias. Quanto menos o eleitor se preocupar com o social, quanto mais o eleitor se preocupar consigo mesmo ou com seus familiares, melhor para ele. Eleitores e candidatos são semelhantes! Por isso é que a mudança permanente é difícil e demorada. Ela vem da base, da aceitação do outro. Ela vem da escolha de candidatos com interesses públicos, com propostas sérias e com uma máquina estatal com mecanismos de fiscalização robustos e isentos.