quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Casamento 3

Quando eu disse que o casamento é um ponto de crescimento e enriquecimento pessoal eu quis dizer que ele pode ser o passo seguinte ao da escolha de se morar só. Sair da casa dos pais algum tempo antes do casamento nos mostra "a barra de viver". Agregaremos a um exemplo que já deu certo a nossa perseverança e pensamento. Quando estamos sob o mesmo teto que nossos pais temos o básico totalmente resolvido por eles. "Um estágio fora do ninho" não só nos familiariza com o total livre arbítrio como nos apresenta a conta. Ser livre significa ser responsável pelas contas, limpeza, manutenção e escolhas da casa. Morar só nos obriga a ter que arcar com a responsabilidade das tarefas domesticas (fazer ou pagar para fazer), é ter todas as contas em nosso nome, é ser responsável pela manutenção de tudo. Morar só agrega expressivos valores práticos ao nosso universo. O fato de morarmos sós nos força a sermos autônomos, nos motiva a desenvolver trabalhos práticos, nos arma contra qualquer tipo de chantagem, ou seja, nunca estaremos nas mãos do outro, sabemos conduzir uma casa com individualidade e autonomia. O casamento tradicional traz em seu bojo a divisão exata de tarefas, a esposa "do lar" cuida da casa, cozinha e cria os filhos, o marido ganha o pão e cuida também da manutenção. Isso pressupunha esposas "casadoras" e maridos prendados e habilidosos manualmente, são as tradicionais "metades da laranja". No relacionamento interativo morar sozinho antes do casamento vai fazer toda a diferença, porque? Você tem a oportunidade de ter passado por alguma demanda que uma casa requer e precisado resolver sozinho a situação, resultado, a solução apresentada por você será assunto para uma D. R. sem cobranças ou culpas. O envolvimento democrático de todos será inclusive um inestimável exemplo para os vindouros filhos. Em um relacionamento interativo a divisão de funções é discutida e exercida de forma a maximizar a satisfação independente de conceitos preestabelecidos, a convivência de "dois mundos distintos". A autonomia também mostra que tanto o casamento quanto os cônjuges são perecíveis, ou seja, se a morte ou o divórcio se abaterem sobre o relacionamento estarão todos preparados. No casamento tradicional o marido se casa com qualquer uma depois do divórcio ou viuvez por não saber nem fritar um ovo, e a esposa se casa com qualquer um por não ter nenhuma fonte de renda. Quanto mais se vive só, mais se conhece a si mesmo e mais se agrega valor ao relacionamento a dois, e mais, quanto mais se vive só mais se aprende a gostar de si mesmo. Saber se o que se gosta, desenvolver se habilidades e gostos serve para uma partilha bacana depois com a vida a dois. No caso poderemos ter mulheres habilidosas manualmente e maridos prendados na cozinha, mulheres empreendedoras de sucesso e maridos exímios donos de casa, as configurações são inúmeras e transcendem aos modelos preestabelecidos. O importante é ser sensível às demandas do relacionamentos e resolve las a dois e de forma negociada. No casamento tradicional tudo faz parte de um jogo de "cartas marcadas", onde o imprevisto é visto como um "intruso indesejável". Em um relacionamento interativo o imprevisto faz parte do jogo e estar nele é faz parte da vida. São valores e idéias inconclusas que eu gostaria de ouvir opiniões. Este texto encontra-se publicado no blog http://trololochacalete.blogspot.com.br/.

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