segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Democracia, quantidade e qualidade 2

Uma matéria que deveria ser ensinada na educação informal (em casa) e formal (escolar) é o equilíbrio financeiro. Desde a infância, e a mesada é a forma mais tradicional de se introduzir a educação financeira, o contato com o dinheiro se faz necessário. Novamente, a quantidade leva à qualidade, de outra forma, quanto mais pessoas crescerem equilibradas financeiramente, mais cidadãos participativos, mais cidadãos que procuram entender as finanças das empresas e dos governos. Um cidadão economicamente equilibrado procura votar em candidatos ao executivo que, com propostas coerentes e equilibradas, mostrarão fonte e cronograma de execução. Os desequilíbrios do balanço de pagamentos governamentais deixarão de serem manchetes rápidas e sem importância para ocuparem matérias jornalísticas com números e explicações necessárias à sua compreensão, ou seja, a quantidade produz a qualidade e demanda a democracia. Neste blog houveram duas publicações intituladas “teorias da administração na vida das famílias” onde de forma simples e cotidianas procurei socializar minha visão destas teorias voltadas para o que eu sempre convencionei chamar “chão de fábrica”. Agora não adianta nada se na escola forem ensinadas técnicas e práticas econômicas se a criança não teve educação financeira informal, se ela não tem voz ativa dentro de casa. Teremos a quantidade promovendo a qualidade e cerceada pela falta de democracia. A plena democracia exige a plena, ou pelo menos um nível de informações, divulgação das informações pertinentes à população. Dada a complexidade e quantidade exacerbada de informações técnicas, a população precisa, necessariamente, ser filtrada e “dissecada” por especialistas e/ou analistas. Em grande quantidade, as informações levaram à prática cotidiana e à análise, devido à experiência e a prática. Em um ambiente familiar equilibrado, a população passará a questionar privilégios e mordomias dos governantes em detrimento de uma população carente e sem o básico. O argumento de governantes que não há dinheiro para obras e projetos sociais seriam questionados por uma população forte, unida, integrada e ciente de suas obrigações. Obras “faraônicas”, que beneficiam a uma pequena elite em detrimento da totalidade da população também seriam questionadas. O executivo e o judiciário não escapariam deste “pente fino social”, onde seriam questionados os gastos com mordomias, seriam cobrados produtividade e profissionalismo de todos os poderes. Isso explica a promiscuidade entre os quatro poderes da republica (A imprensa é o quarto poder segundo Edmund Burque). Enquanto os quatro poderes contarem com a inercia populacional, a falta de democracia e cidadania, a cumplicidade entre eles e um sistema educacional falho (tanto à nível formal, quanto informal), se perpetuará os desmandes e as falcatruas. Não significa que tudo o que fora mencionado acima eliminará as mazelas de nossa sociedade, significa que elas diminuirão significativamente. São ideias que, longe de serem uma panaceia, merecem discussão.

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