quinta-feira, 5 de setembro de 2019

INFORMAÇÃO, LIVRE ARBÍTRIO E DEMOCRACIA 1

Às vezes penso no nível absurdo de informações às quais estamos submetidos, penso sobre a absorção ou não destas informações e a forma com a qual ela se difunde. Você pode absorvê-la por necessidade, por desejo ou por obrigação. Por obrigação associada à necessidade ou associada ao desejo. O livre arbítrio é condição “sine qua nom” da democracia. Qual informação absorver? Em que profundidade absorver? Estas questões respondem de forma direta a forma com a qual encaramos a educação formal (ensinada na escola). Se você encara a educação formal com o objetivo competitivo de passar de ano, de tirar notas maiores que os outros, de acarar a educação formal como uma obrigação enfadonha e chata, certamente a absorção das informações se tornará mecânica e improdutiva. O esforço do estudo será algo enfadonho e chato e a perspectiva de estudar algo passará a ser evitado ao máximo. Certamente você vai levar essa perspectiva para o trabalho encarando-o da mesma forma. Se você não consegue se diferenciar dos animais irracionais, ou seja, racionalizar grande parte da sua vida (certamente ninguém é racional o tempo todo), você vive para crescer, se reproduzir e morrer. A racionalidade nos diferencia dos outros animais e nos faz substituir a insana competição animal pelo prazeroso ato de procurarmos na informação e no conhecimento um motivo inexorável de prazer. A postura de competidor insano na educação também revela outros traços de nossa personalidade. A nossa educação informal (recebida em casa) nos dá pistas de como nos reagimos a determinadas situações e desafios. Se formos criados fechados em um círculo fechado de pessoas, tendemos sempre a copiá-las ou a mesclar características de umas ou outras pessoas de nosso convívio. Como nos diferenciamos dos outros animais através do raciocínio, podemos racionalizar as informações recebidas através da velha e boa dialética. Devemos racionalizar as informações, utilizando-nos da dialética e da desconstrução para imprimir ao nosso conhecimento um caráter pessoal e intransferível. O nosso livre arbítrio “filtra” nossas informações de forma a desejarmos umas informações mais que outras, de novo, a absorção da informação será por necessidade, desejo ou obrigação. A necessidade será o norteador da absorção da informação e da sua reciclagem já que existem inúmeras pessoas se interligando, absorvendo e distribuindo informações. Existem diversas oportunidades de absorver ou criar informações e, acima de tudo, diversos interesses nestas e quais quer outras informações. Defendo sempre a livre difusão da informação para que você possa escolher, democraticamente, qual informação absorver e qual informação difundir. O olhar crítico sobre o outro nos remete a difundirmos ou não a informação já que o conhecimento do outro pressupõem filtrar as informações as quais ele irá se interessar ou não. O seu nível de visão de mundo também é outro fator primordial para a difusão ou não da informação.

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