quarta-feira, 4 de março de 2015

Reforma política (o fio da meada) 1

A reforma política será o fio da meada para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. O governante em nível federal, estadual ou municipal, define o futuro de seus governados estabelecendo a conciliação entre interesses conflitantes dentro da complexidade da sociedade e estabelecendo uma política de convivência entre diferenças. O sistema democrático pressupõe eleições para a escolha dos governantes que, teoricamente, lutam em prol da maioria da população e defendem seus interesses. A prática da eleição requer um contato pessoal com o eleitor e o compromisso do candidato com ele e seus interesses. O eleitor, por sua vez, deveria pleitear e estabelecer objetivos e reivindicações que contemplassem mais a sociedade e a comunidade do que a si mesmo. Enquanto a população não alcançar a saciedade pessoal de suas necessidades ela continuará reivindicando coisas pessoais como calçados, materiais de construção, dentaduras, dinheiro vivo e etc. Cabe ao governante sem escrúpulos e caráter prometer “mundos e fundos” aos eleitores, tratando-o como indigente ou coitadinho. Por uma questão cultural o governo é o “paizão da sociedade” sabendo o que é melhor para ela e o tipo de governo ao qual ela deve ser submetida. Cabe aos meios de comunicação, sites de internet e aplicativos de smartphone manter a sociedade ocupada o tempo todo a fim de que não sobre tempo para o cidadão pensar sobre a sociedade como um todo. Em uma sociedade midiática o contato com o eleitor é físico, televisivo, virtual e radiofônico. No contato físico, por ser o leitor uma pessoa que pensa em si acima de qualquer coisa, ele reivindicará coisas e apelos pessoais. O político por sua vez prometerá que dará tudo o que foi pedido em troca dos votos dos eleitores. As promessas se cruzam e os interesses às vezes entram em conflito. O fato é que as empresas, que detêm o poder financeiro, também irão reivindicar seus interesses, com a diferença de que serão elas que financiarão as viagens, a mídia e o contato pessoal com o eleitor. A contrapartida disto é a transformação da contribuição de campanha em investimento futuro. As alianças e conchavos políticos se dão entre personalidades populares, não entre políticos competentes ou técnicos em determinado ramos de atividade econômica. Surge dai o político profissional, o político que quer o poder pelo poder, aquele que distribui a migalha para o eleitor, as riquezas extraídas da população aos investidores da campanha e garante a ele, político, riqueza e poder durante aquele mandato. O eleitor iludido pelas promessas não cumpridas permanece perdendo seu tempo em atividades lúdicas e sem importância fornecidas pelas mídias. Os contribuintes da campanha usufruem das benesses do governo pagando propinas aos políticos que começam a articular a sua próxima eleição em uma sistemática de poder onde o principal objetivo é a sobrevivência. Se for estabelecida uma reforma política sem que os eleitores não mudem sua forma de votar, sem que as empresas não mudem suas posturas diante das eleições, elegeremos os mesmos políticos que se perpetuarão no poder sempre da mesma forma. Este texto encontra-se publicado no blog http://trololochacalete.blogspot.com.br/.

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