segunda-feira, 9 de março de 2015

Reforma política (o fio da meada) 2

A reforma política poderia ter como primeiro passo a instituição do voto facultativo, deixando o eleitor insatisfeito com o sufrágio universal de fora do processo. A eleição é um processo muito sério para ser conduzido por amadores! São múltiplos interesses representados por uma única figura, tanto a nível federal, quanto a nível estadual ou municipal. Pessoas que vão às eleições com o único objetivo de cumprirem “uma obrigação chata” deveriam ficar em casa. A representatividade dos políticos seria maior uma vez que os representantes do povo, muito mais do que uma aparição midiática, teriam que se dedicar ao esclarecimento de sua função, no detalhamento de suas propostas e acima de tudo, se exporiam a quem realmente representam. A máquina estatal funciona em cima de estruturas corporativas que defendem seus interesses em detrimento da maioria da população. Se o sufrágio universal apontar para uma minoria de eleitores interessados no processo será acesa uma luz de alerta sobre a democracia. A maioria da população estaria realmente interessada no processo ou estaria disposta a defender interesses próprios ou de seu grupo? Esse tipo de procedimento nos faz pensar nos movimentos de sobrevivência dos homens das cavernas. Sozinhos os homens eram fracos, em grupos abatiam animais maiores e alimentavam o grupo. Com a crescente natividade da população os grupos se multiplicaram trazendo a disputa entre os grupos até por uma questão de sobrevivência. Os tempos de hoje não exigem mais que o ser humano lute desesperadamente pelo alimento bastando que ele lute organizadamente por uma política menos centralizadora de direitos e mais democrática possível. O fato de nenhum político representar a maioria levaria a um acordo político mais inclusivo, levaria os políticos a uma campanha de favorecimento ao comparecimento às eleições e reduziria o movimento de favorecimento a pequenos grupos organizados em prol de uma maioria desorganizada. Se a maioria fosse minimamente organizada com foco no bem comum, a sociedade seria muito melhor e mais democrática. Os primeiros atos de um governo pouco representativo seriam no sentido de aumentar a sua representatividade, seriam agregadores de uma sociedade dividida em grupos de interesses. Descobrir os nossos reais interesses nos remeterá a estender o nosso olhar ao nosso próximo. Será que vale a pena ter uma Ferrari hoje e a maioria da população não poder ter um transporte público de qualidade, ou será que, temporariamente possuir um Foxsport nacional contribuindo para um transporte público de qualidade traria maior segurança para a sociedade como um todo. Deixar os interesses de nosso grupo de lado privilegiando a sociedade como um todo não traria ganhos sociais no longo prazo? O voto facultativo poderá ser um movimento robusto rumo à igualdade social preconizada em nossa constituição e nos direitos humanos universais. Com base na procura de representatividade do governante junto à sociedade poder-se-ia fazer uma reforma política de qualidade, adotando-se uma postura mais universal de progressão social lenta, porém contínua e sem traumas. Este texto encontra-se publicado no blog http://trololochacalete.blogspot.com.br/

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