sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Eleições 2014 1
Certa vez o economista e ex-deputado federal Roberto Campos disse que o Brasil não cansa de perder oportunidades. Não sou cientista político ou sociólogo, apenas me interesso pelo futuro do Brasil. Se estamos presenciando o desvio do foco político PT x PSDB que norteou nossas campanhas eleitorais nos últimos 20 anos (FH 1994 e 1998, Lula 2002 e 2006 e Dilma 2010), precisamos questionar a alternativa política sugerida pela candidata Marina Silva ao presidencialismo de coalizão. Alguns pontos chamam a atenção e devem ser mais bem explicados:
1) Se ela é contra a reeleição, como o governo Marina Silva lidaria com projetos de grande monta como a transposição do rio são Francisco ou a ferrovia norte-sul, projetos que seriam desenvolvidos em mais de quatro anos. Ela seria a favor de um mandato maior como conseguiram João Figueiredo e José Sarney?
2) Ela disse que trabalharia com os melhores quadros deste país, independente da bandeira defendida por estes quadros. Como seria negar cargos ao PSB e rede Sustentabilidade (legendas fixas de apoio) para e entregá-los ao PT ou PSDB (legendas oposicionistas com excelentes quadros técnicos) sem conflitos de interesses?
3) Sem o presidencialismo de coalizão que alternativas ela apresenta para ter maioria no Congresso nacional sem o tradicional toma-la-da-ca que sempre foi à prática de nossa república?
4) Existe a centralização de verbas para os partidos aliados e para a região sudeste? Esta nova política favorecerá as regiões norte e nordeste diminuindo as desigualdades entre elas e as regiões sul e sudeste?
5) Uma nova república significa uma reforma política profunda. Ela aproveitaria o momento e, de posse desta nova república realizaria as reformas tributária, previdenciária, educacional e legislativa?
6) Ela realmente cortaria na carne as despesas das contas públicas, combatendo um dos focos da nossa inflação que é a inflação inercial (independente dos custos todo ano sobem todos os preços da nossa economia)? Questionaria a mania dos brasileiros da exploração mútua (dividindo o país entre espertos e otários) em detrimento do coletivo?
7) Democratizaria os meios de comunicação, levando educação e informação a todos os brasileiros sem distinção?
8) Teria presença internacional independente e se posicionaria de forma clara, baseando-se nos direitos humanos e nos protocolos da ONU e de Kyoto, ou se alinharia subservientemente aos Estados Unidos e Europa?
9) Cumpriria fielmente a Constituição brasileira em todos os seus capítulos e parágrafos, exigindo do Congresso nacional uma postura séria quanto ao tema?
10) Teria uma política econômica independente e baseada no melhor para o Brasil, ou continuaria a beneficiar as empresas que a ajudaram na campanha, mote central da república de coalizão?
São questões importantes e que deveriam ser esclarecidos antes 02/10. Este texto encontra-se publicado no blog http://trololochacalete.blogspot.com.br/.
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