sábado, 30 de maio de 2020

Uma família tradicional nos dias de hoje 1

Pense em uma sociedade paternalista, origem de todo machismo, com um patriarca autoritário, que não admite questionamento, provedor, legislador, punidor, o rei da casa e uma matriarca submissa, dependente, educadora, carinhosa, prendada nos afazeres domésticos, uma serva em essência. A típica estrutura familiar do período pré-revolução industrial. Em geral a mulher começou a entrar no mercado de trabalho após a revolução industrial. Nós herdamos estas estruturas desde sempre! Ao nascer de um filho os pais já o doutrinam para que seja o macho de um futuro lar (lembrando que estamos falando de uma família estruturada no paternalismo) e recebe tudo na mão, tem todos os direitos e nenhuma responsabilidade. Ele vai crescer acreditando nisto, pois é a educação que ele recebeu. Tudo deve se submeter à sua vontade e todos os seus desejos têm que ser atendidos. Ele cresceu vendo a mãe sendo mal tratada e acaba acreditando que isso é o normal. Agora, dentro desta normalidade abrem-se três vertentes. Ele acredita que tudo aquilo é normal, passa a maltratar a mãe e a seguir cegamente o pai, copiando-o em tudo. Essa pessoa acaba procurando uma mulher à imagem e semelhança de sua mãe, continuando a saga de maus tratos ao sexo feminino. Ele também poderá encontrar tantas mulheres que rechacem o seu modelo masculino que ele poderá procurar abrigo em outro homem, este um submisso que teve a mãe submissa como exemplo, para continuar a saga de seu pai. Ou poderá entrar e sair de incontáveis relacionamentos sempre com histórico violento. Ele não acredita que tudo aquilo é normal, mas não tem coragem de enfrentar o pai. Essa pessoa simplesmente não consegue ser como o pai! Se a mãe dele for uma referencia muito forte ele poderá procurar uma pessoa de personalidade parecida para “recontar a história da mãe”, sendo um homem diferente do que o pai dele foi. Ele poderá também encontrar uma mulher que seja o oposto da mãe e planejar um relacionamento diferenciado. Ele pode também (apenas uma hipótese tá!) ter tanto a mãe como modelo e o pai tanto como um modelo a não se seguir, que ele poderá seguir a mãe como modelo de sexualidade, rechaçando o modelo do pai e procurando um companheiro que tenha a mesma história e se identifique com ele. Poderá também, em uma versão “masculina” da história da mãe, se envolver com algum homem a imagem e semelhança de seu pai. Ele não acredita que tudo aquilo é normal e tem a coragem de enfrentar o pai. A disputa entre pai e filho poderá levar a quatro caminhos: Ele permanece em confronto com seu pai podendo surgir disso uma tragédia familiar ou uma separação dos pais. Ele permanece em confronto com seu pai e consegue reestruturar esse lar amenizando o sofrimento da mãe e modificando seu pai. Ele sai de casa e ajuda de fora a mãe a reestruturar a família podendo incentivar a separação dos pais. Ele sai de casa, ignora a relação familiar e não se envolve com o sofrimento da mãe. Nossa, espero não ter “viajado muito na maionese”! Não são relatos, não são afirmações científicas, são deduções de um palpiteiro curioso. Comentários, concordâncias e discordâncias são muito bem-vindos.

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