sexta-feira, 11 de março de 2016

O papel do trabalho na saída da crise 3

A forma com a qual o trabalhador encara o desemprego nos permite imaginar a forma com que o trabalho irá influenciar a saída da crise. Quando analisamos a vida somente sob o nosso prisma tendemos a ter uma visão distorcida dos fatos. As questões são pessoais, os problemas são nossos, e, infelizmente, tudo que o acontece de ruim é para nos prejudicar. Observar a forma com que o trabalhador encara o desemprego certamente trará luz a alguns fatos relevantes. Aliás, a forma com que ele desempenha suas funções, antes do desemprego, diz muito de seu futuro como desempregado. Falar desta forma não significa imutabilidade, apenas demonstra um padrão no qual o empregado e futuro desempregado poderão desempenhar. A cobrança de inovações de produtos e serviços é recorrente e intensa. A cobrança de inovações e atualizações com relação à mão de obra vai à mesma direção. O trabalhador que não se atualiza, não se recicla, não procura a eficiência esta fadado, independente da crise ou não, a se tornar um demitido. Neste caso temos um problema, se ele não se qualificou, se ele não conseguiu ler nas entrelinhas (e isso é uma coisa complicada de se ver) que poderia ser demitido, sua jornada como desempregado poderá ser longa. O desemprego pode surgir pela melhoria produtiva imposta pela concorrência das outras empresas ou mesmo a constatação de que no mercado existem trabalhadores melhores qualificados. Surge uma questão pertinente. O empregado era aquele que sobrevalorizava o consumo, que despendia seu dinheiro e tempo em ostentações? Sabia dividir tarefas e trabalhar em equipe ou era aquele que tentava se livrar do trabalho como quem se livra de uma doença infecto contagiosa? Era aquele que via no elogio desmedido à chefia a única chance de promoção? A postura de empregado tende a ser repetida pelo desempregado. O empregado que se sustenta através de relações de amizade e interesse com seus superiores caem com a queda e ou ausência dos mesmos. Em uma empresa que se sustenta a meritocracia impera e imprime um ambiente de produtividade necessário. Observemos o que o desempregado fara após o desemprego. Ele ficará em casa dispendendo sua indenização com produtos e serviços de consumo? Ele analisará sua trajetória profissional, os motivos de sua demissão e com a indenização se reciclará para que em um eventual novo emprego não cometa o mesmo erro? Terá o desprendimento de mudar de ares, de profissão, ao menos temporariamente, a fim de entrar novamente no mercado de trabalho? É como foi citado anteriormente (sendo uma conjectura e não uma afirmação categórica) a postura como trabalhador se repetira como desempregado. A menor qualificação levará o empregado a atividades de menor qualificação, com menor remuneração. A precária qualificação servirá de elemento impeditivo da iniciativa da montagem de uma empresa por parte do empregado. Se os esforços do desempregado se voltarem para o público consumidor de determinado produto que exija pouca qualificação, ela terá que se preparar porque essa ausência de qualificação inflacionará a oferta de mão depreciando sua remuneração. Quanto mais qualificado o desempregado, melhores as condições dele voltar ao mercado ou montar um negócio mais lucrativo. Voltando ao caso do trabalhador que se fia na personalidade e na base do outro (em geral um de cargo superior). Quem deliberadamente coloca seu destino nas mãos de outro tem que se submeter às intempéries e decisões do outro. Quem delega seu destino a outro, à sorte ou ao destino, nunca está no leme da própria vida.

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