quarta-feira, 2 de março de 2016

O trabalho e as diferenças sociais 1

O trabalho indica muito da forma como a sociedade encara seus conflitos e problemas. Em uma sociedade democrática, igualitária e fraterna simplesmente não há a hierarquização do trabalho. Todo e qualquer profissional tem o mesmo peso perante a sociedade como um todo. Dar direitos e deveres iguais aos nossos concidadãos é uma tarefa árdua, difícil e que exige abrir mão de uma série de preconceitos, além de exigir um nível diferenciado de cidadania. Não quero com isso simplificar a discussão estabelecendo, assim como o socialismo clássico, que todas as profissões tenham uma renda igual, afinal de contas cada profissão exige sua demanda, seu investimento. Estou agregando elementos para uma discussão que não se encerra em si. Cada um tem a exata dimensão do quanto vale o seu trabalho e este valor deve ser o norte de sua renda, independente do quanto ele ganha. A interatividade dos agentes econômicos é que traz complexidade à discussão e traz um viés, tanto para cima quanto para baixo, da renda a ser definida. A grosso modo o trabalho deve remunerar a subsistência do trabalhador, repondo a ele o investimento feito para que ele se torne um profissional da magnitude que ele é, além de lhe dar o conforto que ele julga que merece. A valorização do trabalho depende do reconhecimento próprio e dos seus pares, do reconhecimento da sociedade e do reconhecimento patronal. Estamos, e sempre estaremos, girando em torno dos custos das operações, aliás, a relação com o custo está diretamente ligada à satisfação pessoal, ao estilo de vida e, principalmente, aos objetivos de vida de quem estamos falando. Em uma sociedade hipotética onde o trabalho é valorizado democraticamente, os trabalhadores deveriam ter uma renda de subsistência mais um investimento de qualificação, o que exceder a isso seria uma premiação pela qualificação passada e/ou reposição do investimento que o tornou o profissional que ele é hoje. Explicando melhor, uma pessoa desempregada teria por parte do governo uma renda de subsistência, um trabalhador simples teria esta mesma renda agregando se um valor de qualificação ou um valor que o propicie uma laser diferenciado. Com o passar do tempo o trabalhador, também a título de incentivo, teria um acréscimo de produtividade, tomando-se o cuidado de este ponto não afetar a saúde do referido empregado. O excedente sempre será sempre um incentivo ao crescimento ao desenvolvimento, sempre uma forma de fomentar o amor ao que se faz. A questão central é estarmos todos voltados para o objetivo de maximizar as metas da empresa de forma eficiente e procurando sempre sermos eficazes. A procura da eficácia passa necessariamente pela constatação que somos todos peças de uma mesma engrenagem, ou seja, o médico é tão espectador de um teatro quanto um porteiro, um empresário é tão consumidor de um supermercado quanto um pedreiro. A democracia elevada ao seu grau máximo! Acho que alguns casos como Juízes e representantes eleitos, por representarem muito poder e constantemente estarem se opondo a grandes interesses deveriam ter um cuidado especial em lugares públicos. A indústria das celebridades também faz parte deste processo e, por uma questão de segurança, também deveria receber tratamento diferenciado. Quando se tem uma sociedade com poucas diferenças sociais, quando se tem uma sociedade com reduzidas diferenças de renda, temos uma sociedade mais propensa ao crescimento e desenvolvimento, já que todos acreditam em direitos e oportunidades iguais, poderíamos ter todos trabalhando para o crescimento individual. Ressaltando-se que esse individualismo deve ser incentivado a que seja um individualismo responsável, que leve em consideração a inter-relação do individuo com o coletivo.

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