quinta-feira, 3 de março de 2016

O trabalho e as diferenças sociais 2

O acesso à informação e a educação formal no desenvolvimento de uma sociedade faz toda a diferença na estratificação social. Uma sociedade pouco escolarizada, onde quem tem curso superior é uma pequena e inexpressiva minoria tende a tentar acumular todo o poder a seu favor, isto inclui o mercado de trabalho. Uma profissão com escassez de profissionais tende a supervalorizar sua atuação, majorando sua remuneração. A melhor escolarização entra como elemento diferenciador neste processo. A questão é de simples oferta e demanda. Com poucos profissionais a demanda é maior que a oferta, a probabilidade dos profissionais combinarem salários e/ou preços de serviços também é grande. Com a maior e melhor escolarização da população os profissionais oportunistas darão lugar aos profissionais apaixonados com a função não importando em ganhar menos e sempre. Profissionais que não gostam daquilo que fazem tendem a querer sair do ramo rapidamente, pois não se sentem à vontade nele. Profissões com pouca oferta de mão de obra tendem a se valorizarem e a terem uma melhor remuneração, o mesmo acontecendo com profissões ligadas à saúde. A supervalorização de alguma função leva à uma melhor remuneração, que leva a um melhor consumo e que leva a uma demanda maior por ela. O crescimento não é infinito, ele respeita um limite de mercado. Próximo a este limite, e acirrando-se a concorrência, as remunerações passam a se tornar menores e a quantidade de profissionais no mercado aumenta. A tendência de permanência no mercado dos melhores e mais qualificados profissionais é grande. Enveredando por uma vertente espinhosa e mais especulativa, o fato das pessoas terem uma personalidade infantilizada as vezes escolhem uma profissão em evidência naquele momento, profissão onde seus representantes estão sendo bem remunerados naquele momento. Como a procura pela profissão é grande, a procura por cursos de melhor qualificação para estas profissões também é. Em uma sociedade pouco desenvolvida em termos de direitos, uma profissão badalada e bem remunerada alça seus ocupantes aos "status" de celebridades. Em uma sociedade onde a exposição é tudo faz toda a diferença ser badalado. A ascensão de maus profissionais, a procura por parte das pessoas sem aptidão por cursos da "moda" leva a sérias distorções, tanto no mercado de trabalho quanto no campo estudantil. Quando se junta à escassez de profissionais com a necessidade de se estar em evidencia e a necessidade de acumulo desmedido de riquezas cria-se uma convergência explosiva de fatores que prejudica a sociedade como um todo. A ganancia também pode levar a cartelização da oferta da mão de obra, levando a população a ter que se defender através do judiciário. Conforme a sociedade vai crescendo, desenvolvendo, pluralizando, os interesses da sociedade também se diversificam. Essa diversificação pode levar aos grupos profissionais em evidencia se digladiar com novos grupos em ascensão pelo simples fato de estarem em ascensão, o poder pelo poder. O poder publico, por sua vez pode perceber esta batalha e leiloar benesses e vantagens ao grupo que pagar mais, tornando-se mais um elemento distorcido deste sistema. O poder publico não fiscalizado tende a tornar o ambiente bastante nocivo e indesejável.

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