sexta-feira, 17 de abril de 2020

As angústias de ser diferentão 1

São 03h00min e o sono se foi! Seria interessante falar, mas não consigo! Então escrevo! Às vezes tomam-se decisões diferentes por ser diferente. Isso nos isola e nos torna meio que aberrações. Você vê pessoas de gerações anteriores à sua, conservadoras e com atitudes piores que as do seu avô. Mas de tanto falar você se cala. NÃO ADIANTA! Você vê algumas pessoas que simplesmente se recusam a crescer, AI É QUE VOCÊ SE CALA MESMO! Nesta brincadeira você continua sua trajetória interna, guardando conhecimento, colecionando vitórias e se fortalecendo em si mesmo. Como é difícil ver que o princípio de uma sociedade humana melhor está em um “individualismo responsável”, onde as pessoas, com base em pesquisas e conhecimentos pré-existentes, utilizam-se da dialética e da desconstrução para reformarem esse mesmo “individualismo responsável” e a cada dia mais serem pessoas responsáveis por uma sociedade melhor. Atitudes impensadas, angustiadas, baseadas provavelmente em um subconsciente coletivo. Atitudes baseadas mais na ancestralidade do que na própria vivência e experiência empírica. Você novamente se cala! Ser democrático em uma sociedade autoritária é angustiante! Seu coração aperta, sua alma fica em frangalhos. É como se você trilhasse um caminho e à sua frente você sempre encontrasse uma bifurcação. À direita você impõe tudo e se torna mais uma espécie de miniditador ou à esquerda você estimula às pessoas a pensarem e a seguirem seus instintos e suas intuições. Ao logo de minha trajetória de vida me deparei com várias dessas bifurcações. Às vezes optando pela esquerda, às vezes optando pela direita, vou seguindo minha trajetória. Quando opto pela direita algumas pessoas aplaudem (minha atitude às remete às suas respectivas zonas de conforto) e algumas pessoas são frustradas por me conhecer. Quando opto pela esquerda os dois grupos à sua maneira, têm reações semelhantes. Os que normalmente me aplaudem quando tomo o caminho para a direita me consideram um sonhador sem noção e me ignoram solenemente. Os que normalmente se frustram quando tomo o caminho à direita me acham esquisitão por tomar o caminho que eles esperavam, mas que achavam que eu nunca teria coragem de seguir e também me ignoram solenemente. Novamente sigo comigo mesmo. Informações censuradas internamente causam uma grande angústia e a sensação de que, se fossem socializadas poderiam resultar em algo maior coletivamente. Tomando o caminho à direita ou à esquerda, preciso deste blog para por pra fora. O que não se pode falar para todos se diz para si mesmo. A força do inconsciente coletivo é que trava a civilização humana. Traços e resquícios do homem primitivo que não deixam o homem civilizado aflorar. Se fossemos realmente democráticos a maioria dos problemas que temos em sociedade nem existiriam. Os religiosos contradizem os preceitos que a sua religião professa, Os “democráticos” impõem restrições a quem os contradizem. E você segue em frente, fazendo o que quer e também fazendo o que precisa ser feito. Tendo a angústia como fiel escudeira.

2 comentários:

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Este comentário foi removido pelo autor.
disse...

Boa tarde, prezado Robson! É necessário falar de conflitos internos! Admito que passo por esse dilema de forma semelhante, principalmente quando me deparo com pessoas que se "recusam a crescer". Você já reparou que o lugar mais fácil é o da inconsciência? Se recusar a crescer, é recusar-se a pensar, a tomar decisões que exijam desgaste com este ou com aquele, é remar sempre a favor da maré, pois, o que você chama de subconsciente coletivo, tem a tendência de se ir para onde se pode obter mais vantagem pessoal. Daí, já me arrisco a dizer que de um subconsciente coletivo, torna-se um "consciente coletivo", pois algumas ideias, sem fundamento, já se sedimentaram e já criou-se uma terceira realidade, que nem embrenha pelo caminho da esquerda ou da direita. A bifurcação, faz sentido, desde que a consciência esteja aberta no momento de optar por qual trajetória seguir e que ideais eu posso defender, legitimamente. Sua metáfora, muito bem construída, dos dois caminhos, demonstra ainda que também podemos seguir sim, "with myself" , em sua quietude, mas a angústia não nos deixar calar! Ao passo em que pretendemos ser "individualmente responsáveis", também não conseguimos ter a consciência tão fechada a ponto de ignorarmos a involução dessa sociedade. Por fim, como diz o pensador Edgar Morin: "estamos caminhando igual sonâmbulos em direção à catástrofe". E quando um sonâmbulos se transformam? Quando? Tal sonambulismo faz parte da pseudo-transformação em direção ao nada. A humanidade está em decadência, amigo. Morin, que ao longo dos seus 98 anos, vem buscando a formação de uma consciência cidadã e planetária, chegou a esta constatação, e nós, que faremos? Eu respondo-lhe que enquanto vida tivermos, fazer o que a nossa consciência nos diz que "o precisa ser feito", ainda que a angústia seja nossa eterna companheira. "No pain, no gain..." Parabéns pelo excelente texto! De certa forma, o nó na minha garganta também afrouxou!C'est la vie...