segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Consumo 3

Quando falamos em consumo dos indivíduos temos que levar em consideração uma variável inibidora e necessária – A RENDA. Elemento que impõe a restrição orçamentária ao consumo consciente, ela define o quanto deve-se despender para o mesmo. Evidentemente existem pessoas que consomem sem se importar muito com a restrição orçamentária, engrossando a rede de inadimplência. Este movimento é esperado pelos revendedores que provisionam uma margem dos seus lucros prevendo tal comportamento de parte dos consumidores. As pessoas podem dirigir-se ao mercado financeiro e levantar empréstimos para saldar esses compromissos. Para o consumo de curto prazo o consumidor provisiona a verba, compra e paga a vista. Para um consumo em escala maior, o consumidor tem algumas alternativas. Ele pode separar uma parcela de sua renda durante alguns meses, sem adquirir o produto e, de posse do montante necessário, barganhar um melhor preço já que irá pagar a vista. Ele poderá levantar o montante no mercado financeiro, pagar juros por isso, e barganhar, como no exemplo anterior. A diferença de preço (juros) será o custo benefício de adquirir o produto imediatamente. Os consórcios e leasings também são oportunidades de se adquirir bens caros de forma suave agregando o valor das prestações ao consumo fixo. O consumidor conservador leva em conta o consumo fixo, o variável e a poupança. No final das contas a renda trabalhada de forma conservadora será a soma do consumo fixo, variável e a poupança, Y = CF + CV + P. Y será a renda, CF o consumo fixo (contas e prestações), CV o consumo variável (juros diversos, aumentos inesperados e oportunidades diversas) e P poupança (consumo futuro). Evidentemente que em um pais com sérios problemas de renda, muitos trabalhadores são obrigados a ter o consumo fixo maior que a renda e subsistir fazendo trabalhos extras (bicos). Preponderantemente, após o Plano real, os consumidores, por saberem que a renda é fixa e a inflação está controlada, podem melhor se programar para uma vida financeira tranquila.

2 comentários:

Unknown disse...

Grande Robson, deixe-me ver se eu entendi direito: você está dizendo que devemos confrontar a acumulação de capital para adquirir um bem através da poupança do consumidor, a ser utilizada no consumo futuro, com a possibilidade de este adquirir um empréstimo junto ao mercado financeiro e, de posse de todo o capital necessário (e maior poder de barganha junto ao vendedor) tentar conseguir um desconto comercial que seja maior do que o valor de juros a serem pagos no empréstimo adquirido? Eu nunca tinha pensado nisso! Mas acho que as chances disso ocorrer são bem pequenas, pois infelizmente as taxas de juros para o consumidor final são muito altas, para compensar pelo alto risco assumido por quem empresta o capital, o que faria com que o desconto comercial obtido tivesse que ser bem expressivo para "compensar as coisas". Mas mesmo assim, é uma alternativa! No entanto, eu cito mais uma situação que pode ocorrer no consumo planejado: o "custo de oportunidade", que é a situação na qual temos a totalidade do capital necessário para adquirir o bem que desejamos, mas ainda sim obtemos um empréstimo, porque a taxa de juros que nos é cobrada pelo fornecedor do capital é menor do que aquela que obteríamos se investíssemos o capital que possuímos em algum instrumento do mercado financeiro. A grosso modo, os rendimentos do investimento são maiores do que os juros a serem pagos, e no final das contas, você "sai ganhando". Embora seja uma situação também difícil de ocorrer na prática, acho que é mais fácil do que essa que você citou primeiro, EXCETO, é claro, por um único (E RELEVANTE) detalhe: a pessoa tem que ter a totalidade do capital necessário. E quem tem isso hoje em dia??? E isso me fez lembrar de um texto que li a algum tempo atrás e que, em linhas gerais, dizia o seguinte: os juros são uma forma de viabilizar o sonho das pessoas, porque talvez, sem eles, elas não conseguiriam adquirir os bens que desejam. Quando eu li isso, pensei na mesma hora em algo relacionado à inflação. Algo do tipo: você separa parcelas mensais do seu dinheiro para comprar um bem. Só que o preço do bem aumenta com o tempo. Logo você precisará de separar parcelas cada vez maiores, de forma a acompanhar o aumento do preço do bem que quer adquirir. E se você não conseguir acompanhar esse aumento, aí a coisa fica pior. E a situação ainda pode chegar ao ápice do ridículo: se o que você quer for, de alguma forma, "específico demais", quando tiver juntado todo o dinheiro para adquirir este bem, por algum motivo ele pode nem existir mais (no sentido de ter se tornado indisponível)... Dá vontade de chorar... Isso já aconteceu comigo uma vez. Foi frustrante... Um grande abraço, meu caro amigo! E vamos em busca de mais um bom exercício intelectual para as nossas mentes! É isso aí.

Trololo disse...

Meu caro Luiz, por mais que tentemos esgotar um assunto em um texto, fica sempre uma possibilidade sem ser mencionada. O custo de oportunidade deveria constar como comentário na alternativa do consumidor que tem o montante do capital. A grosso modo procurei pensar minha postagem sob a óptica do consumidor brasileiro, consumidor que pouco se importa com a taxa de juros e se preocupa muito mais com o impacto social do seu consumo do que com a viabilidade e/ou necessidade do mesmo. Quando o consumidor aplica o capital e pretende um consumo futuro, a inflação deixa de ter esse impacto que você descreveu exatamente por conta do jogo da oferta e procura, ou seja, as lojas estão sempre cobrindo as ofertas das outras. Um bom monitoramento do mercado produz um melhor consumo.